Monday 26 July 2010

Carajás começa de novo, mas o Pará não percebe


Lúcio Flávio Pinto *

Fonte: Adital


A Vale começou a realizar no ano passado o maior investimento da sua história e também o maior da indústria de minério de ferro no mundo. Aplicará até 2015 11,3 bilhões de dólares (mais de 20 bilhões de reais) para dobrar a produção de Carajás, no Pará, que chegará a 230 milhões de toneladas anuais, metade do que a Vale pretende extrair em todo país naquele ano. O novo projeto, mais grandioso do que o inicial, que entrou em operação em 1984, irá incorporar a maior de todas as jazidas da província mineral de Carajás, a de Serra Sul, no momento em que a primeira mina, de Serra Norte, já entrará em fase de redução, e a outra jazida, bem menor, a de Serra Leste, terá entrado em produção.


Dos US$ 11,3 bilhões previstos, US$ 7,8 bilhões serão gastos na duplicação de dois terços da ferrovia de Carajás (em 604 dos seus 822 quilômetros de extensão) e na construção do 4º píer do porto de embarque, na Ponta da Madeira, na ilha de São Luís do Maranhão. Os restantes US$ 3,5 bilhões serão absorvidos pela própria mina, em território paraense. Só neste ano a empresa desembolsará US$ 1,1 bilhão (US$ 766 milhões na logística e US$ 360 milhões na mina).

O programa de investimentos não inclui apenas minério de ferro. No próximo ano o projeto Onça Puma entrará em operação, produzindo 58 mil toneladas de níquel contido em ferro-níquel, seu produto final, ao custo de US$ 2,3 bilhões, sendo US$ 510 milhões neste ano. No segundo semestre será a vez do projeto Salobo dar a partida, com 127 mil toneladas de concentrado de cobre (mais 130 mil onças de ouro), depois da aplicação de US$ 1,5 bilhão, dos quais US$ 600 milhões neste ano. Metade desse investimento (US$ 855 milhões) irá para Salobo I, que acrescentará 127 mil toneladas de concentrado em 2013.

Assim, só no conjunto de Carajás, a Vale aplicará US$ 15 bilhões em cinco anos, um valor de grandeza mundial. Mas não ficará nisso. A usina siderúrgica da Alpa (Aços Laminados do Pará), em Marabá, tem orçamento de US$ 2,8 bilhões para produzir, a partir de 2013, 2,55 milhões de toneladas de placas de aço, que serão utilizadas em parte no próprio local para laminação de semi-acabados.

A primeira fase da CAP (Companhia de Alumina do Pará), em Barcarena, prevê US$ 2,7 bilhões para a escala de 1,8 milhão de toneladas de alumina. Mas a capacidade final será de 7,4 milhões de toneladas, a mesma da vizinha Alunorte, que já é a maior do mundo. Para tornar possível essa expansão da produção, a mina de bauxita de Paragominas receberá US$ 487 milhões para passar de 9,9 milhões para 14,85 milhões de toneladas de minério em 2012.

Esse conjunto de projetos chega a US$ 21 bilhões no qüinqüênio, o equivalente a quase quatro orçamentos anuais do Estado do Pará, com uma diferença fundamental: todo esse dinheiro se destina a investimento, enquanto pelo menos 85% da arrecadação estatal são absorvidos pelo custeio da máquina. Feito o paralelo apenas das verbas de capital, o que a Vale vai aplicar no Pará e no Maranhão em cinco anos corresponde a meio século de investimentos do Estado.

Desta vez, finalmente, vamos nos desenvolver? É o que diz a empresa, com a força de ser mais poderosa do que o próprio governo. E com um poder que crescerá ainda mais pelos próximos anos, já que o Pará será a sua principal fonte de renda em todo mundo. Antes de incorporar como verdade o discurso propagandístico da Vale, que, graças principalmente ao Pará, acumula os títulos de maior empresa privada e maior exportadora do país (já estão trabalhando no Estado 37% dos empregados da antiga estatal, contra 34,4% em Minas Gerais), é preciso processar um volume enorme de informações e considerar uma contextualização extremamente complexa.

O que primeiro assusta é o fato de que esse volume ciclópico de investimentos, em sua maior parte absorvido por máquinas e equipamentos, visa a extração de recursos naturais, a maior parte deles não renováveis. O mais importante é o melhor minério de ferro existente na Terra. Em qualquer país consolidado, a estrutura logística que a Vale criou, está criando e opera estariam sob o controle do Estado e não de uma empresa privada, inclusive nos Estados Unidos. Às duas ferrovias, que são suas por concessão federal e que são também as principais vias de escoamento de carga do Brasil, a Vale acrescentará a Norte-Sul, que fará a ligação entre a ferrovia de Carajás ao norte e a Vitória-Minas ao sul.

Por Carajás, que é um núcleo por excelência de exportação (enquanto o Sistema Sul divide sua produção para também atender o consumo interno), circula o maior trem de carga do mundo (cada um deles com 330 vagões, tendo quatro quilômetros de comprimento). Em nove viagens diárias, os trens têm condições de colocar no porto 400 mil toneladas de minério. Nessa escala, em apenas dois meses a ferrovia dá conta do máximo de exportação que estava previsto no projeto para todo um ano, quando a mina começou a funcionar.

Com a escala de 230 milhões de toneladas por ano, a cada quatro anos a jazida de Carajás perderá quase um bilhão de toneladas. Em 30 anos, o filé mignon do minério de ferro do mundo estará transformado em aço na China, no Japão ou na Europa. Em Carajás só não ficarão apenas buracos porque agora a legislação ambientalista exige que eles sejam tapados.

É um dado chocante. A Vale julga neutralizar o impacto alegando que nunca, como agora, o minério de ferro teve preços tão altos. É verdade. No início da década cada tonelada de ferro valia US$ 30. Hoje, seu preço varia entre US$ 130 e US$ 150 (preço no porto de embarque, sem considerar o frete, que chegou a estar mais alto). Esse incremento, de até cinco vezes em 10 anos, no entanto, foi plenamente absorvido pelas siderúrgicas, que continuaram a expandir suas capacidades.

Não só transferindo o custo para o produto como também por avançarem no processo de transformação industrial. Economizaram energia ao descartar o processo produtivo de maior demanda, no enriquecimento do minério e na sua primeira elaboração, até o limite dos semi-acabados. Empresas como a Vale se encaixaram nessa nova divisão internacional do trabalho e assumiram seu papel de fornecedoras de matéria prima e insumos para os grandes grupos.

Em 2002 a exportação brasileira de produtos de origem mineral alcançava US$ 6 bilhões. Em 2007 foi a US$ 21 bilhões. Metade do saldo da balança comercial brasileira em 2009 foi proporcionada pelos minérios, mesmo com a crise mundial. Em 2008, ano recorde, essa participação foi de 53%. Neste ano a perspectiva é de um novo recorde. Em maio, a exportação do minério atingiu um patamar nunca alcançado: somou US$ 2 bilhões.

A maior parte dessa exportação vai para a Ásia, tendo a China como destaque. Essa diretriz é ainda mais acentuada em relação ao minério de Carajás, não por acaso o mais rico: 80% dele seguem para a Ásia, sendo 60% para a China. As exportações brasileiras para a China foram de US$153 bilhões no ano passado.

Para a Vale, é nesse rumo que a empresa (e o país) deve seguir porque as necessidades chinesas assegurarão volume e preço ainda por bastante tempo. Graças a essa renda, a empresa e o país terão recursos para promover a diversificação de produtos e intensificar a industrialização. Mas se essa alegação pode ter algum sentido para o governo federal e a companhia, não apresenta o mesmo rendimento para o Estado. É brutal o contraste entre o enriquecimento da Vale (cujo valor de mercado é de US$ 140 bilhões) e da União (que nunca arrecadou tanto) e os terríveis indicadores sociais do Estado. Uma das últimas façanhas negativas do Pará é ter o pior ensino fundamental do país. Indicador de futuro comprometido.

Mas alguém no Estado pensa a sério nessa situação? Alguém se impressiona e se assusta com esses dados? De um lado, bilhões de dólares; do outro, pobreza e degradação social, incivilidade, violência, precariedade. O estado de insensibilização é tal que, embora o Pará tenha um comércio pesado com a China, a Federação das Indústrias do Estado não participa do Conselho Empresarial Brasil-China. Mas lá estão as federações de cinco Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso), que também mandam seus produtos para o outro lado do mundo.

Nós, ao que parece, não estamos no mundo. Parecemos aceitar que nos privem dos nossos recursos naturais sem ao menos cogitar outras formas de exploração, como se as que estão em curso fossem inevitáveis, sagradas. A Austrália, competidora direta do Brasil no mercado de minério de ferro, resolveu descruzar os braços e ganhar mais do que o que lhe era oferecido. Primeiro imaginou um imposto sobre os superlucros dos recursos. Sob artilharia pesada das empresas, recuou para o imposto sobre a renda dos recursos minerais, ainda tentando manter alíquotas maiores do que as praticadas até então (30% ou 40%).

Qualquer que venha a ser a fórmula a ser adotada, uma coisa é certa e salta aos olhos: não se pode admitir que a Vale embolse enormes lucros e distribua aos seus acionistas dividendos nababescos, enquanto a receita dos impostos é microscópica e as compensações não passam de perfumaria. A Vale quer aproveitar as vacas gordas dos preços altos das commodities e por isso multiplica a produção e a exportação, que lhe asseguram uma das maiores rentabilidades no mercado internacional. Mas deixa, para os donos dessas riquezas, apenas os ossos do banquete.

É preciso mudar logo essa situação. A atitude inicial é acabar com a nociva "lei Kandir", que isenta de ICMS os produtos que exportamos. Depois, deve-se estabelecer um percentual de retenção do lucro da empresa a partir de determinado nível, para que os ganhos sejam distribuídos. Tudo isso sem deixar de fazer a pergunta elementar: interessa-nos essa escala gigantesca de extração dos nossos recursos naturais? E, naturalmente, buscar a reposta e a forma de dar-lhe vida.

Sem isso, o Pará continuará parado no ar.

* Jornalista paraense. Publica o Jornal Pessoal (JP)

Blog do Alencar: Ministério Público do Trabalho concilia com a Vale...

Blog do Alencar: Ministério Público do Trabalho concilia com a Vale...: "Esta notícia está no portal do Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região (Pará e Amapá): 20/07/2010;21h41 - Vale fecha acordo de..."

Sunday 25 July 2010

Os cacos do desenvolvimento

Por dois dias seguidos, em Açailândia-MA, a região de Carajás parou para refletir a respeito do dito “progresso”, que proporcionou muitos avanços na região, mas também provocou impactos violentos e, muitas vezes, irreparáveis.

O Encontro Regional dos Atingidos pela Vale, realizado pela campanha Justiça nos Trilhos, é uma continuidade direta da Caravana Internacional dos Atingidos Pela Vale, realizada às vésperas do I Encontro Internacional ocorrido no Rio de Janeiro.

Mais uma vez, reuniram-se no interior do Maranhão lideranças de comunidades e movimentos de 14 municípios: Belém, Barcarena, Marabá, Canaã dos Carajás, Ourilândia do Norte, Xinguara, Parauapebas (no Pará) e Açailândia, Imperatriz, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu, Arari, Igarapé do Meio, São Luís (no Maranhão).

A análise de conjuntura resgatou os maiores impactos que a Vale atualmente gera no corredor de Carajás: graves conflitos trabalhistas; danos ambientais por desmatamento, dejetos e poluição; atropelamentos de pessoas e animais; violência e prostituição nas cidades inchadas pelas (falsas) promessas de emprego para todos; conflitos pela posse de terra nas regiões de mineração; falta de indenizações e compensações ambientais; conflitos com os trabalhadores das siderurgias pelo aumento do preço do minério de ferro etc.

Os participantes do encontro enfatizaram o fato de que todo esse impacto, em breve, tende a dobrar em razão do enorme investimento de duplicação dos trilhos, das minas e do porto de Ponta da Madeira.

As comunidades e movimentos do corredor de Carajás estão se organizando cada vez mais para enfrentar a violência desse crescimento desenfreado, que não conhece limites e não respeita o povo nem o meio ambiente.

O Encontro Regional de Açailândia, realizado nos dias 22 e 23 de julho de 2010, serviu de ocasião também para o lançamento do filme “Não Vale”, produção de um documentarista italiano que denuncia a violência sócio-ambiental provocada pela empresa. Além disso, foi a peça teatral “Que trem é esse?”, grito de lamento e resistência que descreve a situação de cinco municípios do corredor de Carajás.

Nos mesmos dias do Encontro Regional, a assembléia regional de todos os bispos do Maranhão recebeu delegados da campanha Justiça nos Trilhos, que apresentaram aos pastores da igreja católica a gravidade da situação local e a organização de rede que tenta tecer alternativas.

Graças a esse apoio institucional e à acolhida das muitas comunidades locais, tanto o filme como a peça teatral circularão nos próximos meses nas localidades ao longo da Estrada de Ferro, proporcionando para o povo conscientização, empoderamento e estratégias de resistência.


Para mais informações:

www.justicanostrilhos.org

justicanostrilhos@gmail.com

Cel. 99-8112.8913

Tuesday 20 July 2010

Missao da Plataforma DHESCA em Caetité-BA





Seminário sobre Segurança, Saúde e Meio Ambiente

28 de julho de 2010

Auditório da UNEB

Missão da Plataforma DHESCA Brasil

(Relatoria do Direito Humano ao Meio Ambiente)

27 a 30 de julho de 2010

Realização

Plataforma DHESCA Brasil

Associação Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania

Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité

FUNDACENTRO/CRBA

Rede Brasileira de Justiça Ambiental

Apoio

Fundação Heinrich Boll

Cáritas NE3

Comissão Pastoral da Terra (CPT) Sul/Sudoeste – Bahia

Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias da UNEB

Escritório Regional Embasa

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caetité

Inscrição

Gratuitas. As vagas são limitadas, sendo necessário comunicar interesse pelo e-mail: joaobatista@cptba.org.br. A ficha de inscrição será preenchida no ato do credenciamento.

Certificado

Serão fornecidos ao final do evento (quinta feira) dia 28/07/2010, aos participantes que obtiverem 80% de freqüência.

Coordenação

Adélia sobrenome - membro da Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité

Ana Soraya - Técnica da Fundacentro/CRBA

Zoraide Vilasboas – AMPJ-Ética, Justiça, Cidadania

Informações

João Batista – (77) 3424 5759 / 9997 1047

Seminário sobre Segurança, Saúde e Meio Ambiente

Programa

28 de julho – quarta-feira

08:00h – Credenciamento

08:30h – Abertura

CONFERÊNCIA: “Saúde Ambiental e Trabalho do Brasil”

Fernanda Giannasi (Engenheira Auditora da SRTE/SP)

10:00h - Intervalo

10:30h – Apresentação da Missão Caetité: Marijane Vieira Lisboa (Socióloga, relatora de Direito Humano ao Meio Ambiente da Plataforma Dhesca Brasil)

11:00h – DEBATE

12:00h às 14:00h – Intervalo para almoço

14:00h – PAINEL: “A importância da informação nas lutas pela Saúde Coletiva”

Dra. June Maria Passos Rezende (Médica Sanitarista e Auditora Fiscal da SRTE-PR)

Ana Soraya Bonfim (Técnica da Fundacentro/CRBA)

Walter Pedreira (Técnico da Fundacentro/SP)

Dr. Marco Túlio Fraga Vilasboas (Engo. de Minas)

Documentário “Caso Shell: o lucro acima da vida”

15:00 h – Intervalo

15:30 h – DEBATE

17:00h – Encaminhamentos

18:00h – Encerramento

Missão da Relatoria do Direito Humano ao Meio Ambiente da Plataforma DHESCA Brasil

27de julho – terça-feira

Visita às comunidades rurais de Caetité, Lagoa Real e Livramento.

Encontro com representantes da Prefeitura Municipal de Caetité e de instituições dos governos estadual e federal.

29 de julho - quinta-feira

Participação na Audiência Pública, convocada pelo Ministério Público Estadual

9 h - no auditório da UNEB, em Caetité.

30 de julho – sexta-feira

Coletiva de Imprensa, às 16:00h na Sala das Comissões da OAB-BA, no Fórum Rui Barbosa

Público alvo

Representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, lideranças de movimentos e organizações sociais e populares, entidades de classe, instituições e profissionais das áreas de segurança e saúde no trabalho, educação, saúde, agricultura e meio ambiente, funcionários públicos, trabalhadores do campo e da cidade, empregadores, professores, estudantes e demais interessados.

Objetivos do seminário
Debater os processos produtivos que trazem consequências danosas à segurança e saúde dos trabalhadores, às comunidades circunvizinhas e ao meio ambiente de uso comum.
Refletir sobre o planejamento do processo de trabalho e formas de gestão participativa, por meio de entendimentos coletivos de negociação capital-trabalho, visando à resolução dos conflitos/contradições de interesses da população regional, trabalhadores e instituições ligadas à Saúde e Meio Ambiente.
Revelar situações de “riscos” e “incertezas” dos processos produtivos para os trabalhadores, população e meio ambiente, de modo a democratizar as informações e o debate público.

Objetivos da missão
A Missão Caetité foi planejada a partir da divulgação e visibilização de inúmeras denúncias sobre os impactos sócioambientais negativos envolvendo a mineração de urânio em Caetité (BA), apresentadas pela comunidade local e encaminhadas pelo Movimento Paulo Jackson à Rede Brasileira de Justiça Ambiental, rede de referência da Relatoria do Direito Humano ao Meio Ambiente da Plataforma DHESCA.
Criada em 2001, enquanto Capítulo Brasileiro da Plataforma Interamericana de Direitos Humanos, Democracia e Desenvolvimento (PIDHDD), a Plataforma Dhesca Brasil é uma articulação nacional de movimentos e organizações da sociedade civil que desenvolve ações de promoção, defesa e reparação dos Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (os Dhesca), visando o fortalecimento da cidadania e a radicalização da democracia. Seu objetivo geral é contribuir na construção e fortalecimento de uma cultura de direitos, incidindo na formulação, efetivação e controle de políticas públicas sociais.


Sunday 18 July 2010

ANTT: Relatórios Anuais de Acompanhamento das Concessões Ferroviárias

Estao disponíveis na página da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) os relatórios anuais de acompanhamento das concessoes ferroviárias, até o ano de 2009.

Estão contidas nos relatórios informações sobre as seguintes ferrovias:

- ALLMN - América Latina Logística Malha Norte S.A.;
- ALLMO - América Latina logística Malha Oeste S.A.;
- ALLMP - América Latina Logística Malha Paulista S.A.;
- ALLMS - América Latina Logística Malha Sul S.A.;
- EFC - Estrada de Ferro Carajás;
- EFVM - Estrada de Ferro Vitória a Minas;
- FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A.;
- FERROESTE - Estrada de Ferro Paraná - Oeste S.A.;
- FNSTN - Ferrovia Norte Sul Tramo Norte
- FTC - Ferrovia Tereza Cristina S.A.;
- MRS Logística S.A.; e
- TNL - Transnordestina Logística S.A.
- FNSTN - Ferrovia Norte Sul Tramo Norte

Para as estradas de ferro pertencentes à Companhia Vale do Rio Doce - CVRD, Estrada de Ferro Carajás e Estrada de Ferro Vitória a Minas, também estão incluídas informações sobre o transporte de passageiros.

Estao disponíveis também os mapas ilustrativos das ferrovias citadas.

Para acessar os relatórios e os mapas, e baixá-los, basta clicar AQUI.

Monday 12 July 2010

Violaçoes da Vale: Ato público em Sao Luis lança documentário e celebra vitória da greve no Canadá

13 de Julho 2010 - um ano de greve no Canadá para a vitória contra Vale


São Luís do Maranhão realiza ato em solidariedade e lança o filme "Não Vale"

Em 8 de julho, membros do sindicato USW no Canadá ratificaram um acordo coletivo de 5 anos de duração com a gigante da mineração Vale. O acordo põe fim à greve que começou há um ano, envolvendo 3.200 mineiros em Sudbury e Port Colborne, Ontario. Os trabalhadores canadenses se mantiveram unidos, travando uma luta sem precedentes contra uma enorme multinacional e conquistando melhorias significativas em muitas das questões principais da greve.

Este acordo não teria sido possível sem a solidariedade e apoio dos milhares de aliados sindicais e da sociedade civil no Brasil e ao redor do mundo, que se engajaram na campanha global por um acordo justo. Por causa dessa campanha global, os trabalhadores de toda parte passaram a entender como a atual direção da Vale conduz seus negócios — extraindo lucros às custas dos trabalhadores e das comunidades.






















Não Vale! - um filme sobre o impacto da Vale em Carajás


A campanha Justiça nos Trilhos realizou um estudo/documentação dos impactos da Vale no corredor de Carajás, da mina até o porto de São Luís.

O filme, de 75 minutos, documenta os impactos socioambientais e os conflitos trabalhistas provocados pelos empreendimentos da Vale na região.

Uma revista de aprofundamento, com o mesmo título, acompanha o filme.

Para assistir ao trailer, basta clicar aqui.


O lançamento do filme em São Luís está previsto para terça-feira 13/7, às 17 hs

na sede do sindicato dos ferroviários STEFEM, Rua Cândido Ribeiro 324, Centro.

Para maiores informações:
Campanha Justiça nos Trilhos - tel. 99-8112.8913
justicanostrilhos@gmail.com
www.justicanostrilhos.org

Sunday 11 July 2010

FIDH launches a new guide on Human Rights Violations by Corporations



Corporate Accountability for Human Rights Abuses: a Guide for Victims and NGOs on Recourse Mechanisms

Source: FIDH website

The International Federation for Human Rights (FIDH) is pleased to announce the publication of a guide for victims and NGOs on recourse mechanisms in cases of corporate-related human rights violations. The guide was launched today in Amsterdam on the occasion of a public debate on corporate justice held in collaboration with the Business and Human Rights Resource Centre and OECD Watch and with the participation of experts such as Olivier De Schutter, UN Special Rapporteur on the right to food, author of the guide’s foreword and former FIDH Secretary General and Katherine Gallagher, Attorney of the Centre for Constitutional Rights and FIDH Vice-President.

In all parts of the world, human rights and environmental abuses are taking place as a result of the direct or indirect action of corporations. In Latin America, union leaders are being shot for publicly claiming their rights in many countries such as Mexico, Colombia, Guatemala and El Salvador. From the Philippines to Peru, indigenous peoples’ right to be consulted in relation to investment projects in the extractive industry continues to be ignored. Twenty years after the Bhopal tragedy, in which toxic gases leaked from a pesticide plant owned by the Union Carbide Corporation, thousands of surviving victims are still awaiting fair compensation and the plant site has still not been cleaned up.

Yet, victims of corporate-related abuses still struggle to obtain justice and as a result, impunity prevails

With this guide, FIDH seeks to provide a practical tool for victims and their representatives, NGOs and other civil society groups (unions, peasant associations, social movements, activists) to seek justice and obtain reparation for victims of human rights abuses involving multinational corporations.

The guide is comprised of five sections. Each examines a different type of instrument, including intergovernmental mechanisms, legal options, mediation mechanisms such as the OECD national contact points, complaints mechanisms stemming from financial support received by companies and mechanisms that can be explored according to voluntary commitments taken by companies.

FIDH hopes it will encourage the actors involved to share and exchange strategies on the outcomes of using these mechanisms and help to ensure victims of human rights violations can obtain justice.

The guide will be made available in French and Spanish. With an upcoming online interactive version, it is meant to be a dynamic tool that is accessible and that can be updated and improved.

The guide can be downloaded here.

Hard copies are available upon request.

Friday 9 July 2010

Membros do USW ratificam Acordo Coletivo de 5 anos com a Vale



Trabalhadores aprovam novo contrato com 75% de votação, encerrando a greve de um ano.

8 de julho de 2010


Sudbury, Port Colborne - Membros do United Steelworkers (USW) em Sudbury e Port Colborne (Ontario) aprovaram o novo acordo coletivo hoje, encerrando a greve de um ano de duração contra a mineradora Vale,.

Membros do sindicato USW Local 6.500 em Sudbury votaram 75% a favor do novo contrato, enquanto membros de Port Colborne (USW Local 6.200) ratificaram o acordo com uma margem de 74%.

"Nossos membros têm falado e eu acredito que todo mundo respeita as decisões que eles fizeram em circunstâncias extremamente difíceis", disse Wayne Fraser, diretor do USW do distrito de Ontário e da parte atlântica do Canadá.

"Nós parabenizamos nossos membros pela determinação, espírito e solidariedade que demonstraram ao longo do ano passado numa a luta sem precedentes contra esta enorme corporação multinacional", disse o presidente do USW Local 6200, Wayne Rae.

"Nós também estendemos nossos sinceros agradecimentos a nossa comunidade pela grande apoio durante ao longo de todo o ano passado, e às incontáveis pessoas, sindicatos e outros grupos ao redor do mundo, que demonstraram uma solidariedade internacional incrível com os nossos membros", disse John Fera, Presidente da USW Local 6500 .

Os destaques do novo acordo coletivo, que decorre até 31 de maio de 2015, incluem:

- aumento do salário-hora para todos, com aumento da ajuda de custo de vida a cada cinco anos. Assim, elevando o reajuste salarial para entre $ 2,25 e US $ 2,50 por hora dentro da duração do contrato.

- Melhorias para o atual Plano de Pensão de Benefício Definido, aumentando para $ 41.400 por ano, com a indexação de ajuda para o custo de vida para toda a vida, junto com um plano de saúde para todos durante o tempo de vida.

- O Plano de Previdência de Contribuição Definida para os novos contratados, que prevê contribuições da empresa igual a 8% do salário base regular dos trabalhadores. Além disso, os funcionários serão capazes de fazer contribuições adicionais que variam de 2% a 6% do salário regular, combinando com as contribuições da empresa dentro de certos limites. O novo plano também incluirá a cobertura em caso de invalidez de longo prazo para os trabalhadores.

- Como resultado das negociações bem firmes e sustentadas, o programa de bônus de níquel irá permitir que os funcionários ganhem até US $ 15.000 por ano, além de salário regular.

"Nos últimos 12 meses, nossos membros permaneceram unidos frente a uma adversidade incrível", disse Fraser. "Eles demonstraram grande caráter e podem manter a cabeça erguida quando retornarem ao trabalho."

"Como os nossos irmãos e irmãs em Voisey's Bay NLF seguem em negociações, nossos membros em Sudbury e Port Colborne manterão solidariedade a eles, pois continuam a lutar pelo tratamento justo que eles merecem", disse Fraser.

Contatos: Wayne Fraser, District 6 USW Director, 416-577-4045;
John Fera, USW Presidente Local 6500, 705-561-3093;
Rae Wayne, USW Presidente Local 6200, 905-941-6200.

Nota da Vale sobre o fim da greve no Canadá

Vale ratifica acordo com trabalhadores no Canadá

Rio de Janeiro, 9 de julho de 2010 - A Vale S.A. (Vale) informa que ratificou novos acordos coletivos de cinco anos com os sindicatos United Steelworkers (USW) Local 6500 e 6200, que representam funcionários de produção e manutenção em Sudbury e Port Colborne, Ontário, Canadá. Os acordos marcam o fim da greve iniciada em julho de 2009.

"Nós estamos muito felizes com os resultados da votação de ratificação", disse Tito Martins, Diretor Executivo da Vale para Metais Básicos. "O acordo estabelece uma nova relação de trabalho com nossos empregados e o sindicato, e nos permite avançar com nossos planos de longo-prazo para o crescimento sustentável. Nós atingimos o que precisávamos alcançar para a saúde de longo-prazo do negócio, com a introdução de um novo plano de pensão na modalidade contribuição definida e com mudanças no sistema de bônus existente, incluindo um limite na remuneração variável e um novo ponto de gatilho mais realístico. Nós esperamos retornar a níveis normais de produção e construir o futuro junto com nossos empregados."


Para mais informações, contatar:
+55-21-3814-4540
Roberto Castello Branco: roberto.castello.branco@vale.com
Viktor Moszkowicz: viktor.moszkowicz@vale.com
Carla Albano Miller: carla.albano@vale.com
Marcio Loures Penna: marcio.penna@vale.com
Samantha Pons: samantha.pons@vale.com

Wednesday 7 July 2010

Vale condenada no Canadá por contaminaçao

Depois de mais de dez anos de batalha em uma açao coletiva judicial (que teria sido a maior class action ambiental da história do Canadá), os mais de 6.500 habitantes vitimas de contaminaçao acabam de ganhar açao contra a Vale, na qual ela foi condenada pela Corte Superior de Justiça da Provincia de Ontario a pagar indenizaçoes que perfazem um total de 32 milhoes de dolares canadenses (o valor da indenizaçao que cada morador receberá vai depender de seu nivel de proximidade em relaçao a refinaria, variando entre 23.000, 9.000, 2.500 dolares canadenses).

O caso foi incluído no dossiê dos impactos e violaçoes da Vale pelo mundo e comentado durante o I Encontro dos Atingidos pela Vale, e se refere a uma localidade chamada Port Colborne, onde a entao mineradora INCO manteve uma refinaria por algumas décadas. Ao comprar a INCO, a Vale foi obrigada a assumir esse passivo.

Maiores informaçoes sobre a recente sentença (em inglês) podem ser obtidas aqui.

Nesta quarta (07/7) e quinta (08/7) os olhos, ouvidos e coraçoes seguem voltados para o Canadá, onde os mais de 3.500 trabalhadores em greve vao votar sobre a minuta do acordo estabelecida entre Vale e USW, após longa greve que no próximo dia 13 de julho completará 1 ano.

Tuesday 6 July 2010

Sai licença para construção de canteiros da Ferrovia Carajás

Brasília (02/07/2010) - O Ibama autoriza a Companhia Vale do Rio Doce a instalar os canteiros de obras para a duplicação da Estrada de Ferro Carajás. A licença de instalação, assinada pelo presidente do Ibama, Abelardo Bayma, é relativa à construção dos canteiros de obras principais de Santa Rita e de Bom Jesus das Selvas.

Ascom/Ibama

Monday 5 July 2010

Vale reaches tentative deal with Sudbury miners to end historic strike

July 4, 2010

Source: CTV News


The end to a long-running and bitter strike in Ontario is in sight as mining giant Vale announced it reached a tentative agreement with production and maintenance workers on Sunday.

The metals miner says the agreement involves a new five-year contract with United Steel Workers Locals 6500 and 6200, which represent production and maintenance employees in Sudbury and Port Colborne.

“It's been a long strike and I think that both sides worked hard,” said Cory McPhee, vice-president of corporate affairs.

“Both sides wanted a deal and that ultimately was the driving force to this outcome.”

Comprehensive memorandums of agreement are to be signed between Vale and the USW in Sudbury and Port Colborne on Monday.

The deal contains a return-to-work protocol, but Vale says it is still unclear when the employees will be returning to work.

“I can't comment on timing,” Mr. McPhee said. “Once the vote process is sorted out, we'll begin bringing people back to work.”

The union will now present the deal to the membership and ratification votes will be scheduled.

“Suffice to say, we're very happy to have a deal done,” Mr. McPhee said.

The announcement comes just days after Ontario Labour Minister Peter Fonseca said the two sides had agreed to resume bargaining.

Before reaching an impasse, the two sides had agreed on all issues except one – the firing of eight workers during the strike and whether they were entitled to arbitration.

A statement from Mr. Fonseca had said the impasse on the issue was not acceptable to the communities involved nor to the government.

Mr. McPhee wouldn't say how the issue was dealt with but confirmed that it had been resolved.

“We were able to come together and get over that hurdle.”

Vale says the settlements were reached with the help of mediators Kevin Burkett and Reg Pearson.

More than 3,000 production and maintenance workers at Vale's Ontario operations in Sudbury and Port Colborne have been on strike since July 13.

Key issues included a nickel bonus, job transfers, contracting out and pensions

Vale's nickel business employs more than 11,000 people worldwide and had net sales of $3.26-billion last year, accounting for 13.6 per cent of Vale's overall revenue.




Vale settles with Sudbury miners

Sunday, July 4, 2010

The Canadian Press

Brazilian mining giant Vale has reached a tentative agreement with the United Steelworkers to end an Ontario strike that has lasted nearly a year.

The metals miner, formerly known as Inco, said Sunday it settled on a new five-year contract with two USW locals representing 3,000 production and maintenance employees in Sudbury and Port Colborne.

Comprehensive memorandums of agreement will be signed between Vale and the union on Monday.

"It's been a long strike and I think that both sides worked hard," said Cory McPhee, vice-president of corporate affairs.

"Both sides wanted a deal and that ultimately was the driving force to this outcome."

The announcement comes just days after Ontario Labour Minister Peter Fonseca said the two sides had agreed to resume bargaining.

Firings caused impasse

Before reaching an impasse, the two sides had agreed on all issues except one — the firing of eight workers during the strike and whether they were entitled to arbitration.

A statement from Fonseca had said the impasse was not acceptable to the communities involved, nor the government.

A statement from USW local 6500 said an agreement had been reached with Vale to have the firing issue heard by the Ontario Labour Relations Board, beginning Friday.

"This removes the remaining obstacle in the long struggle with Vale," the statement said.

The union said ratification votes have been scheduled for Wednesday and Thursday in Sudbury and Thursday in Port Colborne.

The tentative deal contains a return-to-work protocol, but Vale says it is still unclear when the employees will be back on the job.

"Once the vote process is sorted out, we'll begin bringing people back to work," said McPhee. "Suffice to say, we're very happy to have a deal done."

Key issues included a bonus, job transfers, contracting out and pensions.

Vale's nickel business employs more than 11,000 people worldwide and had sales of $3.26 billion US last year, accounting for 13.6 per cent of the company's overall revenue.

The workers have been on strike since July 13, 2009. Vale said the settlements were reached with the help of mediators Kevin Burkett and Reg Pearson.

At one point during the strike, the union accused Vale of bad-faith bargaining and the company had accused the union of "unlawful thuggery" over a variety of incidents on the picket lines.

Friday 2 July 2010

Vídeo: Los pueblos de la Baia de Sepetiba, Brasil, contra la ThyssenKrupp (TKCSA)


Fuente: Transnational Institute


Junio 2010

Los pueblos de la Baia de Sepetiba, en Brasil, denuncian a la multinacional ThyssenKrupp (TKCSA) por sus prácticas depredadoras y violaciones de los derechos humanos.

El TNI entrevistó a Rosineide Cristina de Freitas (Comité a Baía de Sepetiba pede Socorro, Brasil) y Sandra Quintela (Economista del PACS - Instituto de Políticas Alternativas para o Cono Sul, Brasil) durante la Cumbre de los Pueblos Enlazando Alternativas 4 (mayo de 2010, Madrid).

El caso fue presentado ante el Tribunal Permanente de los Pueblos (14-15 de mayo 2010, Madrid).

Para ver el video (en portugués, con subtítulos en espanol), haz click aquí.

(Se pueden activar los subtitulos en español haciendo clic en el símbolo cc small y, luego, clic en 'Spanish'.)