Tuesday, 5 May 2009

Passeata contra empresa poluidora marca 1º de maio no Rio

Fonte: Agência Petroleira de Notícias
Veja fotos da atividade na Agência Petroleira de Notícias.


Com muita criatividade e energia, os movimentos sociais do Rio de Janeiro celebraram o Dia do Trabalhador com um ato contra a Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), na Zona Oeste do Rio. Os mais de mil participantes do ato denunciaram os fortes impactos econômicos, sociais, ambientais e culturais conseqüentes do mega empreendimento instalado na Baía de Sepetiba. Ameaça a população, ataque ao ecossistema local e falta condições dignas de trabalho motivaram a escolha da empresa como símbolo da resistência dos trabalhadores contra o sistema capitalista.

Ônibus do Centro do Rio, de Niterói e outros locais, além dos moradores da zona oeste do Rio se concentraram na praça em frente ao Hospital Pedro II, em Santa Cruz. Depois de apresentações teatrais sobre as atrocidades cometidas pela TKCSA e algumas falações a passeata partiu em direção à Sepetiba. Ao longo do caminho os manifestantes entregaram um jornal do 1º de maio, com textos sobre a crise e os danos causados pela Companhia Siderúrgica do Atlântico. A aceitação do material foi muito boa. Os moradores da região se penduravam nas janelas, amontoavam-se nas portas e até acenavam para a passeata como se assistissem a um desfile.

População recebe manifestação com entusiasmo

Ao chegar à portaria 2 da CSA, na Rua João XXIII, por volta de meio-dia, os manifestantes pressionaram os portões da companhia ameaçando uma possível entrada. O elevado número de seguranças particulares somado ao reforço da polícia militar, porém, inviabilizaram uma ação mais contundente de ocupação. As entidades e organizações populares que constroem a Plenária dos Movimentos Sociais, responsável pela manifestação, foram unânimes em exaltar o sucesso da atividade.

- Ver o interesse da comunidade em nossa manifestação, mostrar nossa solidariedade de classe e conscientizar esse povo da zona oeste da exploração a que estão sendo submetidos é a melhor forma de resgatar o sentido do 1º de maio. Não podemos esquecer que essa data tem origem no assassinato de trabalhadores porque seus patrões não queriam negociar a redução da jornada de trabalho para oito horas, durante uma greve em Chicago, nos EUA, em 1886 – relembra o bancário Vinicius Codeço, coordenador da Intersindical.

Além das centrais sindicais e outras entidades de trabalhadores, a manifestação contou com a participação de movimentos comunitários, estudantis, ambientais, entre tantos outros.

- Estamos felizes por retomar o 1º de maio como um dia de luta dos trabalhadores e não uma festa, um feriado qualquer. Viemos até Santa Cruz, assim como estaremos em todos os lugares, para mostrar que a sociedade não irá aceitar de forma inerte todos os ataques da CSA. Esse projeto é só um símbolo para mostrarmos que os trabalhadores irão se unir e não aceitaremos pagar a conta pela crise global – afirma o petroleiro Emanuel Cancella, coordenador do Sindipetro-RJ, filiado à CUT.

Por dentro do projeto TKCSA

A primeira indústria da programada para a região é a Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA). O projeto tem 10% das suas ações votantes nas mãos da VALE (CVRD) e outros 90% com a empresa alemã Thyssen Krupp Steel. No total, estão programadas cinco indústrias siderúrgicas e oito portos privados. Todos esses empreendimentos contam com o apoio econômico e político dos governos . O poder executivo municipal, estadual e federal garantem isenção de impostos e financiamento direto, principalmente através do BNDES. Desrespeito à legislação brasileira, desmatamento, poluição, falsas promessas de empregos, relação com milícias e diversos riscos à saúde são apenas algumas das denúncias que pairam sobre o negócio.

Leia mais sobre a mobilização dos movimentos sociais do Rio contra a TKCSA.

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