29 de Maio de 2009
Vale
Este blog pretende expor e arquivar textos referentes a desenvolvimento e Justiça Sócio-Ambiental. This blog intends to present and save texts concerning development and environmental justice.
A Vale diz que os funcionários atingidos pelo corte receberão algumas contrapartidas, como mais quatro salários no fundo de pensão da companhia, valor que poderá ser retirado, e assistência médica.
A companhia ressalva que o número de funcionários atingidos pelo corte é pequeno, se comparado aos 47 mil empregados da Vale no Brasil.
O Sindicato Metabase de Itabira e região, em Minas Gerais, afirma não concordar com a medida adotada pela empresa. "Acreditamos que não há a necessidade de mais demissões e nem de tanta redução na produção, pois a Vale é uma das empresas mais rentáveis do mundo", diz Efraim Gomes de Moura, assessor político do sindicato.
A Vale cortou 1.300 funcionários em todo o mundo em dezembro do ano passado. Recentemente, a mineradora anunciou uma redução do seu plano de investimentos para este ano. A previsão inicial era de US$ 14,235 bilhões e foi diminuída para US$ 9,035 bilhões.
Fonte: Agora
Atingido pela crise, a empresa pede socorro à sócia para concluir as obras. A Vale tem 10% de participação na usina -um projeto de 4,5 bilhões. E estuda ampliar a participação, a pedido dos sócios. A Folha apurou que a ampliação pode chegar a 30%.
O aumento da participação da Vale é parte da estratégia da Thyssen para reduzir o impacto no consumo mundial de aço para os negócios da siderúrgica, disse o presidente mundial da empresa à revista alemã "Manager Magazin".
Com perdas de 215 milhões nos seis meses terminados em março (ante lucro de 1,6 bilhão em igual período do ano anterior), a siderúrgica enfrenta dificuldades com a queda na demanda mundial por aço. "A Thyssen está em um dos piores mercado, o europeu, em que a demanda não dá sinais de reação", diz Antônio Emílio Ruiz, analista do Banco do Brasil.
Embora tenha cortado investimentos, resultado de queda de mais de 30% nas vendas de minério de ferro às siderúrgicas, a Vale está em situação mais confortável.
Anunciada em 2004, a CSA terá capacidade de produção de 5 milhões de toneladas de placas. O orçamento inicial era de US$ 2,4 bilhões. Com o aquecimento do mercado antes da crise, o custo subiu para 4,5 bilhões. O cronograma previa o início da produção em 2008.
O projeto teve problemas ambientais, trabalhistas e de execução, e atrasou um ano. Devido ao encarecimento do projeto, a Thyssen foi questionada pelos acionistas da empresa, na Alemanha.
Com informações Folha de S. Paulo
-----------------Após a aquisição da Mineração Corumbaense, ativo de minério de ferro da Rio Tinto, por 750 milhões de dólares, a Vale poderia se voltar aos projetos da MMX. Levando em conta o histórico de sucesso de Eike Batista com seus empreendimentos e o foco da EBX em geração de valor, a corretora do Banif coloca um negócio desse tipo como uma das possibilidades.
A equipe acredita que haveria importantes ganhos de sinergias no caso de uma fusão/aquisição entre Vale e MMX Corumbá. Com essa transação, a Vale agregaria mais de 51,7 milhão de toneladas em reservas aos 210 milhões de toneladas adquiridas da Rio Tinto na aquisição da Mineração Corumbaense por 750 milhões de dólares.
"Estimamos que haverá negócios de fusões/aquisições significativas envolvendo a MMX. E também prevemos uma boa probabilidade de que toda sua estrutura de projetos seja vendida para mineradoras ou siderúrgicas", afirmaram.
A chinesa Wuhan Steel também já se mostrou interessada por projetos da empresa de Eike. As duas já assinaram um memorando de entendimentos para compra de uma participação na MMX Sudeste ou na própria companhia. A oferta para a conclusão do negócio deve ser alta.
Considerando as possibilidades de acordo, a corretora elevou seu preço-alvo estimado às ações da empresa (MMXM3) para o fim de 2009 de 6,00 reais para 7,00 reais, mantendo sua recomendação de compra.
Nesta sessão, o desempenho dos papéis foi de acordo com a perspectiva dos analistas. As ações encerraram o dia com valorização de 1,51%, com cotação de 6,68 reais.
Empregados estavam em licença remunerada desde 2008; 49 deverão ser demitidos
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Os trabalhadores que prometem só regressar as suas actividades depois de ver a situação regularizada.
Pouco mais de mil e duzentos trabalhadores da Oderbrecth consórcio da companhia mineira Vale paralisaram na manhã desta quinta-feira as suas actividades.
Trata-se da segunda paralisação que ocorre em menos de dois meses, à semelhança da primeira onde os mais de mil e duzentos trabalhadores da Oderbrecth consórcio da Vale virada a construção de infra-estruturas daquela companhia mineira exigem da empresa, o reajuste do salário e a melhoria das condições de trabalho.
Os trabalhadores que prometem só regressar as suas actividades depois de ver a situação regularizada reclamam ainda o direito de gozo de fim-de-semana e a redução da carga horária das actuais nove horas e meia para oito horas diárias tal como vem estipulado na lei de trabalho em vigor no país.
Não foi possível ouvir a direcção da empresa Oderbrecth, entretanto através de um contacto telefónico com o Analista de Comunicação da Vale Victor Nhantitima ficamos a saber que uma delegação de alto nível está desde ontem em Tete na perspectiva de solucionar o problema.
Antes disso, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Indústria de Construção Civil e Minas reuniu-se com a direcção da empresa e chegaram a um entendimento.
Refira-se que a Vale está implantando o projecto Carvão Moatize que deverá entrar em operação no primeiro semestre de 2011, sendo que nesta fase de construção prevê-se a contratação de quatro mil trabalhadores.
Por Bernardino Conselho
Funcionários aprovaram também a extensão, por uma semana, do atual contrato de trabalho, disse o sindicalista, acrescentando que os dois lados estavam no meio de conversas nesta segunda-feira.
A situação de negociação dos operários, no entanto, não é muito favorável.
A Vale já anunciou que vai paralisar as operações no local durante oito semanas em junho e julho, devido à fraca demanda pelos metais, o que pode reduzir o poder de barganha dos trabalhadores.
A possibilidade de uma greve no local e uma longa interrupção na produção poderia dar um estímulo para os preços do níquel no mercado internacional, já que causaria a redução nos estoques.
A Vale, que assumiu as operações em 2006 ao comprar a canadense Inco, também negocia com os funcionários da mina Voisey's Bay na província de Newfoundland e Labrador.
Funcionários têm trabalhado sem um novo contrato desde que o acordo anterior expirou, em 31 de março
Presidente da empresa também cita desvalorização do real ante o dólar
SÃO PAULO. A dificuldade para a aprovação de novas licenças ambientais, além da desvalorização do real frente ao dólar, deve reduzir os investimentos programados pela Vale para este ano. Foi o que afirmou ontem em São Paulo o presidente da companhia, Roger Agnelli. Segundo ele, os US$ 14 bilhões orçados inicialmente pela companhia representam hoje entre US$ 10,5 bilhões e US$ 11 bilhões, por causa da desvalorização do real (que barateou o custo nominal, em reais, dos projetos no Brasil).
No caso dos projetos que dependem de licença ambiental, Agnelli disse que a empresa vai ver o que é factível para 2009.
— Se não sair licenciamento, que depende dos órgãos competentes, nem todos os projetos serão implementados — disse o empresário. — Realizar isso (de US$ 10,5 bilhões a US$ 11 bilhões) vai ser muito difícil em razão do processo de licenças, que está moroso.
Agnelli disse ainda que espera fechar nas próximas semanas um acordo entre a empresa e as siderúrgicas sobre o preço de venda do minério de ferro.
— (A demora na definição) já começa a incomodar a todos, principalmente as siderúrgicas, que querem fechar contratos de longo prazo com seus clientes.
Ele disse ainda que aguarda o resultado das negociações das australianas Rio Tinto e BHP Billiton — concorrentes diretas no mercado externo — com seus clientes.
Fonte: O Globo, 19.05.09
Construção do píer vai gerar mais de dois mil empregos e R$ 124 milhões em arrecadação .
A Vale obteve a Licença Prévia (LP) para a implantação do Píer IV, que faz parte do projeto de ampliação da capacidade de embarque do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luis (MA), em 100 milhões de toneladas anuais, a partir de 2014. A previsão de início das obras é o segundo semestre de 2009, após recebimento da Licença de Instalação (LI). O investimento da empresa na ampliação da capacidade do Terminal será de R$ 2 bilhões, contribuindo com o desenvolvimento socioeconômico da região e do país.
A LP foi concedida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e, nos próximos dias, a Vale irá submeter ao Estado os documentos necessários para a obtenção da LI. As obras só podem ter início após a concessão dessa licença.
A construção do Píer IV irá gerar cerca de 2,5 mil empregos no pico das obras. A mão-de-obra necessária para sua implantação será de responsabilidade da empresa contratada para a realização dos serviços, que utilizará preferencialmente trabalhadores da região. O prazo final para o término das obras é em 2014, no entanto, no segundo semestre de 2012 um berço do Píer IV já entrará em operação.
Com profundidade mínima de 25 metros, o Píer IV terá dois berços de atracação e capacidade para receber navios de até 400 mil toneladas de porte bruto (TPB). Com uma ponte de acesso de 1.620 metros, terá capacidade de carregamento de dois navios simultaneamente num total de 53 navios por mês.
O projeto de construção do Píer IV comprova que o Maranhão é um estado nacionalmente reconhecido por sua localização geográfica privilegiada e vocação natural para a implantação de novas unidades portuárias. A estimativa de arrecadação de impostos para o Estado é de R$ 124 milhões.
Ponta da Madeira - O Terminal Marítimo de Ponta da Madeira é o segundo maior em movimentação no país. Considerado um dos maiores portos do mundo, possui capacidade de embarque de 130 milhões de toneladas por ano de minérios, ferro gusa e soja.
Nele há três píeres com profundidades de 23m (píer I - o que o coloca entre os portos de maior profundidade do mundo), 18m (píer II) e 21m (píer III) e seis silos de estocagem de grãos com capacidade estática de 165 mil toneladas e recebe navios graneleiros de até 420 mil TPB, como o Berge Stahl, o maior graneleiro do mundo atualmente. Este navio só atraca e carrega com capacidade plena em São Luís, no Maranhão e em Roterdã, na Holanda.
Dados do Píer IV: . Previsão de inicio das obras: segundo semestre de 2009, após recebimento da licença de instalação | . Incremento na capacidade de embarque: 100 milhões de tonelada/ano | . Profundidade mínima: 25 metros | . Ponte de acesso: 1.620 metros | . Capacidade para carregar dois navios simultaneamente | . Dois conjuntos de carregadores de navios: com capacidade para 16 mil ton/hora, cada | . Capacidade para receber navios de 150 mil até a 400 mil toneladas para porte bruto | . Contratação de mão-de-obra durante implantação:2.556 trabalhadores no pico das obras | . Prioridade de contratação de trabalhadores locais | . Capacitação dos trabalhadores.
Um relatório divulgado ontem pela Seção de Meio Ambiente (Samam) do Instituto Evandro Chagas (IEC) revela que o escoamento de efluentes da lama vermelha, liberados pelo transbordamento da bacia de rejeitos da Alunorte, no município de Barcarena, provocou alterações físicas e químicas nas águas do rio Murucupi. O acidente ocorreu no dia 28 de abril e desde então vem sendo objeto de estudo conduzido por uma equipe do IEC.
Essas alterações, conforme destaca o relatório, ocasionaram impactos ambientais com consequentes situações de risco para a saúde das populações, através do contato primário com águas de elevado pH, e provocaram também modificações na estrutura das comunidades bióticas da área atingida.
O relatório sustenta que, após o acidente, do qual resultou o escoamento dos resíduos de lama vermelha no rio Murucupi, as comunidades fitoplanctônicas e zooplanctônicas apresentaram significativa redução de riqueza, densidade e diversidade. O documento ressalva, porém, que entre os dias de amostragem não foram observadas diferenças com relação à concentração de cianotoxinas.
A equipe de pesquisadores observa que a instalação da bacia de resíduos do processo de beneficiamento de bauxita próximo às nascentes do rio Murucupi representa uma situação de risco para os ecossistemas aquáticos e para a saúde da população ribeirinha que vive às margens do rio.
Em suas considerações finais, o relatório assinala que ainda estão sendo processadas análises químicas nas amostras de sedimentos colhidas antes e durante o acidente ambiental. Os resultados estarão prontos dentro de três semanas, aproximadamente. Nos próximos trinta dias, a Seção de Meio Ambiente do IEC continuará fazendo amostragens no Murucupi, objetivando estudos de autodepuração que irão delinear o tempo necessário para a recuperação total do rio. A reportagem tentou contato com a assessoria da Alunorte, mas não obteve sucesso.
No dia cinco de maio, depois de seis anos, tive a oportunidade de voltar ao projeto Salobo, numa comitiva formada por membros do Conselho Consultivo da Floresta Nacional do Tapirapé Aquiri. Confesso que fiquei muito surpreso nem só pela confirmação de enormes crateras que a Vale já abriu com a extração do minério de ferro, como pela confirmação do grande desastre que será feito com a extração de cobre do projeto Salobo.
Para quem só assiste as propagandas da empresa, através dos canais de televisão e as reportagens nos jornais de que a mesma investiu milhões em programas sociais e ambientais, e quando visita a Serra dos Carajás só ver o parque zoobotânico, não pode compreender o desastre que é a realidade dos seus projetos de extração e transformação mineral nesta região.
Na verdade são enormes máquinas em atividade dia e noite, com um batalhão de pessoas que imbuídas da idéia de que estão trabalhando para o progresso do país e pela defesa de sua sobrevivência se dedicam a estes projetos de destruição e desagregação. As matas estão sendo devoradas para construção de estradas, passagem de linhas de transmissão, a extração mineral e implantação das usinas de transformação.
Os igarapés estão sendo interrompidos pela construção de barragens para capitação de água e para contenção de rejeitos, os vales estão transformando-se em serras de pilhas de rejeitos tóxicos, as populações estão sendo expulsas de suas localidades ameaçadas pela poluição das águas, pela deterioração de suas casas, pela perca da capacidade de reprodução de seus animais e, pela ocupação de seus territórios feita pela Vale.
Desde fevereiro de 2008 que estamos acompanhando o drama e a desagregação que vive as mais de 400 famílias de agricultores dos projetos de assentamento Tucumã e Campos Altos, nos municípios de Ourilândia do Norte e são Félix do Xingu, onde a Vale se implanta para extração e transformação de níquel, mas não é só lá.
Voltando do Salobo resolvi estender minha visita à outra região de destruição e desagregação provocada pela mineração, também sob a direção, dominação e opressão da Vale, desta vez fui para Canaã dos Carajás, onde a empresa faz a extração do minério de cobre e o transforma em concentrado.
No dia seis, próximo à vila Bom Jesus, e da estrada que dá acesso à mina do Sossego, em Canaã dos Carajás, participei de uma reunião entre famílias atingidas pelos danos causados pelas atividades minerarias e, um batalhão de funcionários da Vale. As famílias reclamavam da enchente que inundou e destruiu plantações, de casas deterioradas por tremores de dinamites usadas na mina, odor das fumaça das dinamites, stress em galinhas e vacas com perdas de capacidade reprodutiva.
Um dos funcionários da Vale, por nome Guilherme, usando imagens da área de abrangência da mina, projetadas na parede da casa, tentava de todas as formas explicar de que as atividades da empresa nada tinha a ver com a enchente, por outro lado as pessoas que se manifestavam tentavam explicar o contrário.
O falação das pessoas do local se baseava no argumento de que residem na área desde 1983, conhecem toda a região, e que nunca havia ocorrido uma cheia do tamanho deste ano para chegar até dois metros de altura do nível do piso das casas, como no caso da dona Maria, onde ocorreu a reunião.
O ridículo e contraditório dos representantes da empresa e positivo dos moradores é que os primeiros passaram quase duas horas falando dos altos índices pluviométricos que aconteceram durante o mês de abril, para justificar a cheia. Quando já cansados de tanta balela, um senhor levantou-se e disse: “sim doutor nós concordamos com os números que o senhor falou, só que a enchente de que estamos falando se deu entre os dias 10 até 15 de março”.
Para finalizar, os agricultores propuseram formar uma comissão representada pelas partes para andarem em toda a área atingida para identificarem os diques e as pilhas de rejeitos existentes, que na compreensão dos agricultores impossibilitam a passagem das água. Como os representantes da empresa não aceitaram a proposta, a reunião foi encerrada sem acordo, a empresa está com a razão, as famílias continuam no prejuízo e nós continuamos tentando esclarecer que nós estamos sendo roubados, enganados e desconsiderados.
Marabá, 11 de maio de 2009.
Raimundo Gomes da Cruz Neto
rgc.neto@yahoo.com.br
A Vale inaugurou ontem o Terminal Intermodal de Pirapora (TIP), no noroeste de Minas Gerais. O projeto é uma parceria da mineradora com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), uma de suas controladas, e o governo do estado de Minas Gerais. O investimento total previsto é de R$ 300 milhões, aportados até 2013. Até esta fase do projeto, já foram disponibilizados R$ 60 milhões, dos quais R$ 50 milhões na recuperação da ferrovia e mais R$ 10 milhões no terminal.
O objetivo do projeto do Terminal Intermodal de Pirapora é a criação de um corredor de exportação. A produção de grãos do noroeste de Minas Gerais, além de estados próximos, poderá ser levada por via rodoviária até a cidade de Pirapora. De lá, a carga seria transportada pela FCA e pela Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) - também da Vale - até o porto de Tubarão, no Espírito Santo. A Vale estima que, com o projeto, serão gerados cerca de 20 mil empregos em toda a cadeia produtiva.
"A cada etapa de novos investimentos, lembramos do que ficou para trás. Para chegar ao ponto em que estamos, a Vale assumiu o controle da FCA em 2003 e fizemos um investimento monumental na empresa. Nós tínhamos restrições em tudo. O último trem passou aqui há 28 anos. Somente na FCA, nós investimos mais de R$ 4 bilhões, mas ainda falta muito para colocá-la em nível de operação semelhante ao de grandes ferrovias", disse o diretor presidente da Vale, Roger Agnelli.
O executivo acrescentou ainda que, nos últimos anos, a Vale aplicou mais recursos na ampliação de sua capacidade logística. "A Vale também investiu mais de US$ 5 bilhões nos últimos seis anos para melhorar sua infraestrutura. São mais de 1 mil quilômetros de ferrovias. Além disso, dobramos a capacidade de todos os portos da Vale", comentou Agnelli.
O terminal deve movimentar cerca de 600 mil toneladas, já em 2009. Em cada composição é possível transportar aproximadamente 2,2 mil toneladas. A partir de 2013, a movimentação será de 2,6 milhões de toneladas de grãos anuais.
Desde 20 de março, o TIP já vinha funcionando em fase experimental, com o transporte de soja. De acordo com o presidente da FCA, Marcelo Spinelli, os agricultores da região já conseguiram sentir a diferença.
"Estamos trazendo competitividade ao agricultor da região. A logística já ampliou o ganho em cerca de R$ 4 por saca de soja. Este vai ser um grande estímulo para a região, tanto para os produtores, quanto para os investidores", afirmou Spinelli.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL. O projeto foi planejado com foco no desenvolvimento regional. O governo de Minas Gerais investiu na recuperação e abertura de novas estradas, num total de 220 quilômetros. Recursos também estão sendo aplicados para reduzir os custos de transporte e produção no noroeste mineiro.
O empreendimento está fora do perímetro urbano e possui inicialmente dois silos de armazenagem, com capacidade estática de 3 mil toneladas cada, além de equipamentos para descarga de caminhões e embarque de granéis nos vagões. Um estacionamento para carretas com 18,5 mil metros quadrados tem capacidade de atender até 200 caminhões de uma única vez. A unidade também tem balança rodoviária e ferroviária.
A mineradora Vale do Rio Doce deve apresentar lucro líquido no primeiro trimestre de 2009 superior aos R$ 2,2 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado. Apesar da queda no volume de vendas, por causa da crise global, os preços mais altos do minério de ferro e das pelotas, que são ajustados anualmente, devem contribuir para sustentar o resultado. O controle de custos deve ser outro fator importante para o aumento do lucro.
As projeções de bancos e consultorias para o resultado líquido da companhia são muito variadas. Vão de um piso de R$ 2,6 bilhões do banco Fator a R$ 3,2 bilhões da Brascan Corretora, R$ 3,4 bilhões do Citi, R$ 3,7 bilhões do Modal Asset a até R$ 5,3 bilhões de analistas de corretoras que não quiseram ser identificados. O resultado da mineradora brasileira no primeiro trimestre será divulgado amanhã, após o fechamento do pregão.
As estimativas de receita da companhia no período estão mais consensuais, concentradas no patamar de R$ 14,9 bilhões a R$ 15 bilhões, também acima do faturamento do primeiro trimestre do ano passado.
Apesar da demanda fraca pelo minério, a Vale conseguiu embarcar 50 milhões de toneladas do produto, das quais 30 milhões de toneladas para a China, a um preço médio de US$ 74, segundo estimativas do relatório do Citi.
O banco americano, que espera um "desempenho fraco" para a empresa no primeiro trimestre, avalia que a Vale deu descontos de 20% para as mineradoras chinesas durante o mês de março. Em janeiro e fevereiro, as vendas de minério da Vale foram provavelmente fechadas a preços de contrato, devido aos altos preços do mercado à vista no período.
O Citi projeta também para o trimestre embarques de 56 mil toneladas de níquel, a um preço médio de US$ 10.340 a tonelada.
Eduardo Roche, chefe da área de análise do Modal Asset, calcula que a queda de preço e de demanda do níquel possa ter reduzido a participação do metal no faturamento da Vale.
As projeções para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) da Vale no primeiro trimestre do ano vão de R$ 6 bilhões a R$ 6,9 bilhões.
A projeção mais alta, que supera o lajida do primeiro trimestre do ano passado (R$ 6,6 bilhões) e do último trimestre de 2008 (R$ 6,5 bilhões), parte da expectativa de que a empresa tenha sido severa na contenção de custos e de despesas operacionais no período, decorrentes de ajustes que tem praticado desde o quatro trimestre de 2008.
Os analistas consultados esperam uma recuperação da margem lajida da companhia, para percentuais entre 42,8% e 44%, indicando aumento em relação ao último trimestre de 2008 (38%) e queda na comparação com os 47% do primeiro trimestre do ano passado.
Roche, do Modal Asset, atribuiu esse avanço de margem no curto prazo a um controle de custos mais adequado para o faturamento da empresa. Ele acredita que a Vale está se adaptando às condições atuais de mercado. "A duvida agora é se as vendas vão pegar um pouco de gás no segundo trimestre, já que o mercado está muito incerto e as siderúrgicas estão dando sinais preocupantes", afirmou.
O analista destacou que a Nucor, nos Estados Unidos, e a gigante Arcelor Mittal, fecharam o trimestre com prejuízo.
As ações da Vale subiram ontem na bolsa. As preferenciais classe A avançaram 8,7%, mais do que o Ibovespa, que subiu 6,6%.
Por Vera Saavedra Durão, do Rio
Bartolomeo, diretor de logística: "Baixamos em 15% o custo dos projetos"
A Vale do Rio Doce aproveitou a crise econômica mundial, que reduziu a demanda por minério de ferro, para ajustar os investimentos da empresa na área de logística. O plano da mineradora é investir US$ 11,4 bilhões entre 2009 e 2013, abaixo dos US$ 12 bilhões previstos no planejamento anterior, válido para o período 2008-2012. O número um pouco menor reflete o fato de que, em função da crise, a empresa ganhou mais tempo e conseguiu reduções de custos para implantar o projeto de ampliação da capacidade da Estrada de Ferro de Carajás (EFC) e do terminal marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão.
A ferrovia e o porto, ambos situados no chamado sistema norte da Vale, devem receber cerca de US$ 7 bilhões para aumentar em quase 80% em cinco anos a capacidade de escoamento. A capacidade atual do sistema logístico norte da Vale, que é de 130 milhões de toneladas por ano, deve chegar a 230 milhões de toneladas a partir de 2014. A nova realidade do mercado permitiu à Vale baixar em 15% o custo dos projetos de ampliação da EFC e do terminal de Ponta da Madeira, o que representa economia de US$ 1 bilhão, disse Eduardo Bartolomeo, diretor executivo de logística da mineradora.
A economia é resultado da renegociação de preços com fornecedores de equipamentos e serviços, do câmbio e também de mudanças na forma de executar o projeto de engenharia no sistema norte. A empresa poderá comprar trilhos mais baratos e, em um primeiro momento, terá menos canteiros de obras. "Mas estamos mantendo o compromisso de dobrar os investimentos (em logística) nos próximos cinco anos, apesar da crise", disse Bartolomeo. A comparação refere-se aos US$ 5,15 bilhões investidos em logística no período 2004-2008, quando a empresa ampliou a malha ferroviária em mil quilômetros e incorporou à frota 260 locomotivas e 11,3 mil vagões.
"Continuaremos a ser quem mais investe (em logística no país)", disse Bartolomeo. Ele afirmou que a decisão de continuar a investir busca evitar que no momento em que houver uma retomada da demanda por minério de ferro a empresa tenha limitações de capacidade para escoar a produção, como já ocorreu no passado. "Caso a condição de mercado mude (para melhor), podemos acelerar o desenvolvimento do programa (de investimentos)", afirmou.
A Vale prepara-se para começar, em outubro, as obras do pier quatro em Ponta da Madeira (MA), projeto que está em audiência pública e que quando estiver a plena carga terá capacidade de escoar 100 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A ampliação do terminal marítimo de Ponta da Madeira previa obras em terra e no mar. "Agora vamos avançar no projeto desde a terra (para o mar) porque ganhei mais tempo no planejamento. Esse é um exemplo de mudança de escopo que deixa o projeto mais barato", disse.
Bartolomeo negou que os ajustes signifiquem adiamentos nos projetos, uma vez que o início das principais obras foi mantido de acordo com o cronograma original. O que ocorreu foi que fases intermediárias dos projetos puderam ser reprogramadas em função da crise. O executivo afirmou que o primeiro novo berço para carregar navios de minério em Ponta da Madeira terá de estar pronto em 2012, mas o segundo berço poderá ser feito mais adiante. Os dois berços estarão ligados ao pier quatro.
Os investimentos em logística no sistema norte serão feitos independente do desenvolvimento de Serra Sul, em Carajás, o maior projeto novo ("greenfiled") da empresa e o maior do mundo em termos de produção de minério de ferro. "Teremos também Serra Norte e capacidades adicionais (de carga) vindas da Norte-Sul (a ferrovia Norte-Sul, que se liga à EFC) e de carga geral", disse Bartolomeo. Uma das grandes apostas da Vale é ampliar o escoamento de grãos, sobretudo soja, pelo corredor Norte-Sul-EFC-Ponta da Madeira. Segundo as projeções da empresa, o movimento de grãos poderá chegar a 8,8 milhões de toneladas em 2013.
Bartolomeo acrescentou que o sistema sul da Vale também está recebendo investimentos para ampliar a capacidade dentro dos US$ 11,4 bilhões previstos até 2013. Os investimentos incluem a instalação de novos carregadores de navios no porto de Tubarão, no Espírito Santo. O porto, que hoje tem capacidade de exportar 105 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, deve aumentar a capacidade para 120 milhões de toneladas/ano. A Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM), também controlada pela Vale, está aumentando sua capacidade de transporte em 20% graças à implantação de um novo sistema de sinalização.
Fonte: Valor Econômico, 29 de Abril de 2009