Friday 13 February 2009

Comunicado de Imprensa: Vale adquire ativos de minério de ferro e potássio

Fonte: Site oficial da Vale http://www.vale.com/vale/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=3098&sid=598

Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 2009 – Companhia Vale do Rio Doce (Vale) comunica que celebrou com a Rio Tinto Plc (Rio Tinto) contrato de compra e venda para a aquisição, mediante pagamento à vista, de ativos de minério de ferro e potássio. O valor a ser pago pelos ativos de minério de ferro é de US$ 750 milhões, enquanto que os depósitos de potássio serão adquiridos por US$ 850 milhões, totalizando US$ 1,6 bilhão.


Ativos a serem adquiridos

• Minério de ferro

100% das operações de mineração de minério de ferro a céu aberto de Corumbá (Corumbá), no estado do Mato Grosso do Sul, e ativos de logística, incluindo porto fluvial e barcaças.

Corumbá produziu 2,0 milhões de toneladas métricas (Mt) de minério de ferro em 2008 e possui capacidade nominal para produzir 2,5 Mt por ano. Possuía ao final de 2007 reservas provadas e prováveis de 210 Mt, com teor de ferro de 67,0%¹, e recursos minerais de 583 Mt, com 62,7% de teor de ferro . Corumbá é um ativo de classe mundial, com alto teor de ferro e rico em granulados de redução direta, tipo de minério de ferro de alto valor que está se tornando crescentemente escasso no mundo.

Os ativos de logística possibilitam ter 70% de auto-suficiência no transporte de minério de ferro através do Rio Paraguai. A logística é estrategicamente importante na região dada a existência de forte volatilidade sazonal na disponibilidade e preços de fretes.

Corumbá é localizado próximo às nossas operações de minério de ferro e manganês em Urucum. Desse modo, existe potencial para exploração de várias sinergias, envolvendo maior flexibilidade dos ativos, redução de custos administrativos e de logística e racionalização do uso das reservas.

A aquisição de Corumbá esta sujeita à aprovação de órgãos do Governo brasileiro.

• Potássio

100% do projeto Rio Colorado (Rio Colorado), localizado nas províncias de Mendoza e Neuquén, Argentina, e 100% do projeto Regina (Regina), província de Saskatchewan, Canadá.

Rio Colorado compreende o desenvolvimento de mina com capacidade inicial de produção de 2.4 Mtpa de potássio (cloreto de potássio, KCI) e potencial para expansão até 4,35 Mtpa, construção de ramal ferroviário com extensão de 350 km, porto e planta de geração de energia elétrica. Os recursos minerais estimados chegam a 410 Mt.

Regina encontra-se em estágio de exploração, tendo potencial para produção anual estimada de 2,8 Mt de KCI. A área do projeto já conta com infraestrutura para suprimento de água, energia e serviços de logística, permitindo o transporte do produto final até Vancouver na costa oeste do Canadá, o que facilitará o acesso ao mercado asiático.


O racional estratégico para investir em fertilizantes

A Vale opera Taquari-Vassouras, no estado de Sergipe, que em 2008 produziu 607.000 toneladas métricas de potássio. Adicionalmente, estamos estudando a viabilidade de projetos de potássio no Brasil (Carnalita) e na Argentina (Neuquén), que envolverá o uso de mineração por dissolução a mesma tecnologia planejada para ser empregada em Rio Colorado. Simultaneamente, estamos desenvolvendo o projeto Bayóvar no Peru, com previsão de conclusão para o 2S10, com capacidade estimada de 3,9 Mtpa de fosfato e orçamento de investimento de US$ 479 milhões.

O potássio contribui para aumentar a produtividade das safras, ajuda no combate a doenças e pragas, ao mesmo tempo em que melhora o sabor e o valor nutricional dos alimentos. A produção mundial de alimentos e combustíveis, onde qualidade é um fator crítico, necessita de significativas quantidades de potássio. Milho, soja, cana de açúcar e palma, por exemplo, são produzidos em larga escala e suas lavouras necessitam muito de aplicações de potássio. A cana de açúcar – matéria prima da produção do etanol brasileiro – consome por hectare quatro vezes mais potássio do que a soja. Países como a China e a Índia, por exemplo, ainda usam bem menos potássio que os EUA, que possui uma agricultura de alta tecnologia e produtividade.

As reservas de potássio são concentradas em três grandes produtores – Canadá, Rússia e Bielorússia – que juntos representam 80% das reservas mundiais totais.

China, Estados Unidos, Brasil e Índia são os maiores consumidores e importadores mundiais. O crescimento da renda per capita tende a provocar mudanças nos hábitos alimentares, o que contribui, em última instância, para aumentar o consumo de fertilizantes. Recentemente, a produção de biocombustíveis tornou-se em outro fator a influenciar o comportamento da demanda por fertilizantes. O etanol é produzido a partir da cana de açúcar no Brasil e nos EUA do milho, enquanto o biodiesel é feito a base de soja, palma e canola.

A América do Sul e a Ásia emergente deverão se constituir nos principais responsáveis pelo aumento do consumo global de potássio no futuro. Dentro deste contexto, o Brasil terá um papel importante dada a importância de sua agricultura – entre outros produtos, é um dos maiores produtores mundiais de cana de açúcar, soja e milho – onde a modernização tem acontecido de forma rápida nos últimos anos e consideráveis investimentos na infraestrutura de logística estão programados.

A recessão global não altera os fundamentos que determinam o crescimento de longo prazo da demanda por fertilizantes e em particular do potássio. Do lado da oferta, a capacidade de expansão da produção através da ampliação de operações existentes é limitada, o que se soma às restrições de caráter geológico, financeiro e institucional para o desenvolvimento de novos projetos.

A aquisição de ativos de potássio está alinhada com nossa estratégia de crescimento, permitindo aproveitar os benefícios da exposição à expansão do consumo global.

¹ De acordo com informações constantes dos relatórios anuais da Rio Tinto de 2007.

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