|
por Luís Nhachote, 16/10/2009 Fonte: Canal de Moçambique |
Maputo (Canalmoz) – Sindicatos Africanos filiados à Federação Internacional de química, energia, minas e à União Geral de Trabalhadores, reunidos, há dias, em Lagos, Nigéria, aprovaram por unanimidade uma resolução criticando a companhia brasileira Vale do Rio Doce pelas suas práticas “anti-sindicais”. Rayford Mbulu, presidente da organização regional da África Austral e presidente do Sindicato dos Mineiros da Zâmbia, disse que “chegou o momento para desafiar estes gigantes da mineração mundial, e a Vale será um caso de teste para nós”. “Os sindicatos irão contactar os respectivos governos sobre a não concessão de licenças para a Vale e seus parceiros para a exploração e desenvolvimento de minas”. A Vale terá forçado uma greve, em meados de Julho, de 3.500 mineiros e trabalhadores de fundição no Canadá que são membros dos Metalúrgicos Unidos (USW), exigindo cortes desnecessários nas pensões e outras áreas. A empresa, que ganhou bilhões de lucro nas suas operações no Canadá, durante a última década, anunciou que vai recorrer aos trabalhadores da reposição para quebrarem a greve. Os sindicatos Africanos também estão protestando contra as práticas da Vale no Brasil, onde a empresa normalmente termina contractos com trabalhadores sem justa causa, nega aos trabalhadores o direito de representação sindical, e a assinarem contratos individuais. “Não queremos que a Vale venha para aqui e exporte suas práticas anti-sindicais para os nossos países”, disse Mbulu. “Ou então que a Vale melhore as suas práticas de trabalho ou então que saia de África”. A Vale abriu escritórios na África do Sul e na República Democrática do Congo e recentemente assinou um acordo com a companhia sul-africana «Rainbow Minerals Limited» para conduzir a exploração e participar em Joint Ventures. A African Rainbow Minerals Limited (ARM), é pertença do multimilionário sul-africano Patrice Motsepe, também conhecido na África do Sul por “príncipe das minas”. O antigo chefe de Estado moçambicano e actual presidente honorário da Frelimo, Joaquim Chissano, é o administrador não executivo da ARM (African Rainbow Minerals Limited). Aliás, em Maio deste ano, quando do lançamento da primeira pedra em Moatize, Tete, do mega empreendimento da Vale, Chissano esteve presente em companhia de Patrice Motsepe e juntos sobrevoaram, de helicóptero, o empreendimento. A Vale apurou 13,2 mil milhões de USD em lucro líquido em 2008, e pagou aos seus seis principais executivos 33 milhões de USD em 2008 de prémios. O USW está trabalhando com os sindicatos na Europa, Ásia e América do Sul e com o ICEM e a Federação Internacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, que juntos representam mais de 45 milhões de trabalhadores, em uma campanha cada vez maior sobre a Vale. |
Este blog pretende expor e arquivar textos referentes a desenvolvimento e Justiça Sócio-Ambiental. This blog intends to present and save texts concerning development and environmental justice.
Wednesday 28 October 2009
Sindicatos de Comércio Africano dão ultimato à Vale
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment