Acontece em Toronto, Canadá, de 1 a 4 de março, o PDAC – International Convention & Trade Show, considerado o maior evento de classe internacional da indústria mineral. O evento reúne os mais expressivos representantes em prospecção e pesquisa geológica, exploração e desenvolvimento mineral, incluindo governos e seus órgãos de gestão mineral e serviços geológicos, além de investidores oriundos da comunidade financeira, empresas dos setores de serviços, associações da indústria mineira, executivos, gerentes de exploração de empresas mineradoras, prospectores, engenheiros de minas e geólogos.
O PDAC é uma grande vitrine, tanto para as empresas já consolidadas, como para aquelas que buscam referências, investimentos ou parcerias, com destaque para as empresas juniores. E um fórum completo, onde se podem avaliar tendências e medir a diretriz de investimento das maiores corporações da indústria mineral em escala global.
O BRASIL PAVILION, estande brasileiro na feira, é resultado de um esforço conjugado entre o governo federal e empresas privadas nacionais e estrangeiras, empresas estaduais de mineração, empresas prestadoras de serviços para prospecção e pesquisa mineral, consultorias e imprensa especializadas e entidades representativas do empresariado, que reunidas em um consórcio, trabalham para a construção de um espaço compartilhado visando à promoção organizada do setor mineral brasileiro, no evento do PDAC, realizado anualmente em Toronto. Este ano, além dos órgãos de governo são parceiros do estande mais 24 empresas brasileiras e o Consulado Canadense.
Com o BRASIL PAVILION, busca-se apresentar a realidade da mineração brasileira no sentido de motivar os visitantes e congressistas da feira do PDAC a conhecerem melhor o setor mineral deste país. Sendo um dos mais concorridos estandes presentes na feira, no BRASIL PAVILION, os participantes oferecem os seus prospectos com potencialidade para descoberta de novas jazidas e na abertura de novas minas, atraindo investidores, realizando joint-ventures ou divulgando as condições favoráveis, com vistas à realização de novos negócios.
Desde 1998, o Brasil tem conquistado importante espaço no cenário internacional, em virtude de sua participação organizada no evento do PDAC, em decorrência da política de divulgação e promoção implementada capitaneada pelo Ministério de Minas e Energia, por meio da SGM, com a participação do DNPM e CPRM.
Coordenando a delegação brasileira de 2009, em Toronto, o Secretário–Adjunto da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Carlos Nogueira Junior. Como integrantes da delegação estão Miguel Nery (Diretor-Geral do DNPM), Fernando Carvalho (Diretor da CPRM), Telton Correa (Diretor da SGM/MME); Paulo Santana (Assessor do DNPM); Maria Glicia (Assessora da CPRM) e Otto Bitencourt, (Diretor de Geologia da INB).
Esta versão de 2009 trata-se, em verdade, da 78ª Convenção Anual da Prospectors and Developers Association of Canada - PDAC, importante associação internacional representativa dos setores de exploração e desenvolvimento da indústria de mineração, que promove anualmente sua convenção integrada com uma feira reunindo mais de 400 expositores e cerca de 20.000 visitantes dos mais representativos países produtores e exportadores de bens minerais. Conta com a participação de mais de cem delegações governamentais de diversos países.
Ao longo do evento, os dirigentes do governo brasileiro mantêm encontros com diversos investidores interessados em aportar no Brasil recursos financeiros em projetos de mineração.
Veja a lista das instituições e de empresas que participam do Brasil Pavilion: Ministério de Minas e Energia, Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral - SGM, Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, Serviço Geológico do Brasil - CPRM, Agência Brasileira para o Desenvolvimento da Indústria Mineral – ADIMB; Revista Brasil Mineral; Consulado do Canadá; IBRAM; Revista In The Mine; Revista Minérios e Minerales; MINEROPAR; E Mineração; Vale; Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM; Votorantim Metais; Kinross; Anglo American; Rio Tinto Alcan; Codelco; FFA Legal Simples Ltda; Fugro; IBRAM; Jaguar Mining; Lara Exploration; Mineração Santo Expedito; Pinheiro Neto Advogados; Prospectors; Sindiextra; Terracorp; Yamana Gold.
O relatório anual do Metals Economics Group, distribuído no PDAC 2009, elaborado sob a responsabilidade Jason Goulden (vice-presidente), faz análise do orçamento mundial em exploração mineral de 2008.
No relatório do MEG, consta que o total mundial dos orçamentos em exploração mineral, para metais não ferrosos (excluindo urânio), foi estimado em US$ 13,2 bilhões, considerando 2.095 empresas de mineração. Incluindo o urânio, o orçamento mundial em exploração é estimado em US$ 14,4 bilhões. Em 2007, os investimentos excluindo urânio foram de US$ 10,5 bilhões. Caso não houvessem ocorrido cortes nos orçamentos no último trimestre de 2008, teria ocorrido no referido ano o maior orçamento de todos os tempos. A maioria das empresas gastou a maior parte dos seus orçamentos antes do início forte da crise. Algumas empresas sofreram fortes cortes nos seus orçamentos no último trimestre de 2008. Mesmo assim, é provável que os gastos reais em exploração mineral no mundo em 2008 tenham sido superiores aos de 2007, e constituindo-se no maior investimento em exploração mineral desde que o MEG começou a levantar dados estatísticos a respeito.
Por tipo de empresa, as "maiores" aumentaram seus investimentos, relativos às demais empresas em 2009, de 30% para 37%, as empresas de porte médio diminuíram os investimentos de 16% para 14%, as juniores diminuíram de 52% para 49% e as empresas de governo ficaram estáveis. As juniores mantiveram a liderança nos investimentos globais em exploração mineral com 49% do total. Os custos dos serviços em exploração mineral aumentaram significativamente no ano desde os de combustíveis até os de pessoal técnico. Após cinco anos de forte crescimento nos orçamentos das juniores, em 2008, cresceram apenas 16%.
Os orçamentos em exploração mineral por região mostram a América Latina com 25% do total, Canadá com 19%, Austrália com 14%, África com 15%, EUA com 7%, o Pacifico/Sudeste da Ásia com 5% e os demais com apenas 15%.
A distribuição dos orçamentos pelos 10 principais países foi: Canadá - 19%, Austrália -14%, USA - 7%, México - 6%, Peru - 5%, Rússia - 5%, Chile - 4%, Brasil - 3%, África do Sul - 3% e os demais 31%.
O Brasil ocupou o oitavo lugar dentre os 10 maiores orçamentos executados para exploração mineral.(Considerando a distribuição dos orçamentos por commodity): ouro - 39%, metais base - 40%, diamante - 8%, PGM - 3%, outros - 10%.
Pela primeira vez, os metais base (cobre, níquel e zinco) ultrapassaram o ouro como alvo de maior orçamento em exploração mineral, sendo o cobre o principal foco. Os investimentos em exploração mineral para urânio também cresceram em 2008 considerando-se 383 empresas (sendo 173 só para urânio) consultadas, que investiram US$ 1,15 bilhão.
Na alocação dos orçamentos de exploração mineral por estágio de desenvolvimento, os projetos em estágio avançado (late-stage) receberam 42% dos recursos, os projetos em estágio inicial (grassroot) receberam 36% e, na mina (minesite) receberam 22%.
As juniores entraram com mais de 50% dos investimentos no estágio inicial e mais de 60% no estágio avançado, enquanto as empresas intermediárias e maiores investiram cerca de 80% dos orçamentos no estagio no local da mina.
Perspectivas
A crise global afetou fortemente a exploração mineral. A esperança é que o mundo em desenvolvimento, particularmente a China e outros países como Brasil, venham ser pouco afetados e possam contribuir efetivamente para a retomada da atividade econômica internacional.
Segundo o relatório, a previsão de duração da crise para os otimistas será de seis meses e para os pessimistas de vários anos. Um maior número de fechamentos é inevitável para os próximos meses. E esperada uma contração nas atividades das juniores, em torno de 50%, com forte impacto nos investimentos totais em 2009.
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