Bancada se arma para manter aumento da CFEM
Fonte: Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 12Por Karla Correia e Fernando Taquari Ribeiro
27 de Novembro de 2008 - Estados produtores de minérios e o lobby das empresas mineradoras preparam-se para se enfrentar no plenário da Câmara por conta da proposta de aumento na taxação sobre a receita bruta dessas empresas, incluída na avalanche de contrabandos e penduricalhos do texto da reforma tributária. As mineradoras perderam a primeira disputa na comissão especial que avaliou a reforma. E agora, o grupo de parlamentares conhecidos como a "bancada da Vale", algo em torno de 52 parlamentares que, juntos, coletaram cerca de R$ 9 milhões em doações de mineradoras subsidiárias à empresa na campanha de 2006, se arma para o enfrentamento no plenário.
A proposta, de autoria da bancada de Minas Gerais - um dos Estados mais interessados na elevação dos royalties sobre a mineração - , foi acatada e defendida pelo relator da reforma, deputado Sandro Mabel (PR-GO). "No final, será uma disputa de bancadas, longe do tradicional embate governo versus oposição", acredita o deputado, que deve levar a questão para a reunião com os governadores que acontece hoje. Atualmente, a taxação é de 1,5% sobre a receita líquida das mineradoras. A Contribuição Financeira sobre Exploração Mineral (CFEM) inclui, entre outras alíquotas, a taxação de 0,2% sobre pedras preciosas e de 1% sobre o ouro.
Do lado favorável à elevação, estão os Estados de Minas, Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Pará, que ameaçaram rejeitar o relatório de Mabel caso a elevação dos royalties não fosse incluída no substitutivo aprovado na comissão. Originalmente, esses Estados queriam que a tributação fosse elevada para 5%. No caso de Minas Gerais, a medida faria quase quintuplicar a receita anual de R$ 100 milhões, resultante da cobrança de royalties.
Na avaliação de Mabel, é certeza que a proposta será votada em separado do restante do texto da reforma, no plenário da Câmara. "Será uma nova queda de braço. O lobby perdeu a primeira, vai vir para cima na segunda". O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) enviou um manifesto ao relator, criticando o aumento do CFEM. Paulo Camilo, presidente do IBRAM, pede a exclusão do texto da reforma de todas as alterações relacionadas à contribuição. Ele argumenta que mudança irá prejudicar a competitividade do País no setor mineral.
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