Mineradora vê lucro recuar 8,6%, para R$ 2,9 bi; alta do preço do ferro e retomada da demanda global devem ter impacto no 2º tri
Fonte: Folha de Sao Paulo, 06 de maio de 2010
Pedro Soares, da Sucursal do Rio
Nem mesmo a alta do preço do minério de ferro e o crescimento das vendas do produto pouparam a Vale da queda de 8,6% no lucro líquido da companhia no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2009.
A mineradora, segundo maior grupo do país, lucrou R$ 2,879 bilhões de janeiro a março. Ante o quarto trimestre, o ganho cresceu 6,3%.
O desempenho da Vale foi afetado principalmente pela greve em suas minas no Canadá (adquiridas em 2006 da Inco), que se arrasta desde setembro. A paralisação provocou um corte de cerca de 50% na extração de cobre e níquel.
Também prejudicaram o resultado, disse a companhia em seu balanço, a estação chuvosa no Brasil e problemas em terminais marítimos, que afetaram as exportações de ferro.
Tais efeitos se somaram à perda contábil com operações com derivativos de R$ 400 milhões, quase anulando o ganho de R$ 447 milhões com esse contrato no quarto trimestre.
A desvalorização do real no primeiro trimestre também trouxe um impacto negativo para o lucro da companhia, de R$ 157 milhões no período.
Todos esses fatores combinados impediram que a Vale se beneficiasse da expansão de 43% na produção de minério de ferro no trimestre, quando o mercado voltou ao pré-crise.
Com a maior produção e um preço mais alto do minério vendido à China, o faturamento da Vale somou R$ 13 bilhões no trimestre -alta de 8,1% ante os três últimos meses de 2009.
Mas a Vale se mostrou otimista quanto ao futuro. Disse no balanço que haverá "pouca oferta adicional de minério de ferro" em 2010 e 2011 -o que tende a pressionar o preço.
No fim de março, a Vale negociou com siderúrgicas de Coreia do Sul, Japão e Europa um reajuste de 90% no preço do minério de ferro válido para os três meses seguintes -no novo sistema "flexível" de contratos, antes corrigidos anualmente.
Tal aumento não foi ainda capturado no primeiro trimestre, diz o analisa Pedro Galdi, da corretora SLW. "Sazonalmente, o desempenho do primeiro trimestre é mais fraco. Mas vai explodir no segundo e no terceiro trimestres", prevê.
A Vale, porém, já se beneficiou em parte de preços mais altos com a China, que praticamente só tem comprado no chamado mercado "spot" (sem contrato, com preços livres). Essas cotações dispararam no início do ano, com aumentos superiores a 100%.
Empresa diz que pode entrar em Belo Monte
DA SUCURSAL DO RIO
Integrante do consórcio derrotado no leilão de Belo Monte, a Vale não descarta integrar o grupo vencedor e diz que tem interesse na energia a ser gerada pela usina.
O presidente da empresa, Roger Agnelli, disse que existe interesse em participar do grupo, mas a mineradora deseja ser convidada pelos ganhadores do leilão, liderados pela estatal Chesf.
O presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, disse que o fundo de pensão (da estatal Caixa Econômica Federal) também negocia a entrada no consórcio.
A mineradora, segundo maior grupo do país, lucrou R$ 2,879 bilhões de janeiro a março. Ante o quarto trimestre, o ganho cresceu 6,3%.
O desempenho da Vale foi afetado principalmente pela greve em suas minas no Canadá (adquiridas em 2006 da Inco), que se arrasta desde setembro. A paralisação provocou um corte de cerca de 50% na extração de cobre e níquel.
Também prejudicaram o resultado, disse a companhia em seu balanço, a estação chuvosa no Brasil e problemas em terminais marítimos, que afetaram as exportações de ferro.
Tais efeitos se somaram à perda contábil com operações com derivativos de R$ 400 milhões, quase anulando o ganho de R$ 447 milhões com esse contrato no quarto trimestre.
A desvalorização do real no primeiro trimestre também trouxe um impacto negativo para o lucro da companhia, de R$ 157 milhões no período.
Todos esses fatores combinados impediram que a Vale se beneficiasse da expansão de 43% na produção de minério de ferro no trimestre, quando o mercado voltou ao pré-crise.
Com a maior produção e um preço mais alto do minério vendido à China, o faturamento da Vale somou R$ 13 bilhões no trimestre -alta de 8,1% ante os três últimos meses de 2009.
Mas a Vale se mostrou otimista quanto ao futuro. Disse no balanço que haverá "pouca oferta adicional de minério de ferro" em 2010 e 2011 -o que tende a pressionar o preço.
No fim de março, a Vale negociou com siderúrgicas de Coreia do Sul, Japão e Europa um reajuste de 90% no preço do minério de ferro válido para os três meses seguintes -no novo sistema "flexível" de contratos, antes corrigidos anualmente.
Tal aumento não foi ainda capturado no primeiro trimestre, diz o analisa Pedro Galdi, da corretora SLW. "Sazonalmente, o desempenho do primeiro trimestre é mais fraco. Mas vai explodir no segundo e no terceiro trimestres", prevê.
A Vale, porém, já se beneficiou em parte de preços mais altos com a China, que praticamente só tem comprado no chamado mercado "spot" (sem contrato, com preços livres). Essas cotações dispararam no início do ano, com aumentos superiores a 100%.
Empresa diz que pode entrar em Belo Monte
DA SUCURSAL DO RIO
Integrante do consórcio derrotado no leilão de Belo Monte, a Vale não descarta integrar o grupo vencedor e diz que tem interesse na energia a ser gerada pela usina.
O presidente da empresa, Roger Agnelli, disse que existe interesse em participar do grupo, mas a mineradora deseja ser convidada pelos ganhadores do leilão, liderados pela estatal Chesf.
O presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, disse que o fundo de pensão (da estatal Caixa Econômica Federal) também negocia a entrada no consórcio.
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