USW: Vale denunciada em todos as esferas do governo canadense
Políticos exigem negociações de boa fé, para acabar com o uso de fura-greves pela Vale
TORONTO, 4 de maio /PRNewswire / -- Políticos canadenses de todos as esferas do governo estão intensificando a demanda por um acordo de negociação da greve de 9 meses e meio da Vale Inco.
Em dias recentes, políticos federais, da província e municipais reforçaram a crítica à agenda antitrabalhista da brasileira Vale, incluindo seu recrutamento de fura-greves para tentar quebrar a greve de 3.500 mineiros canadenses.
Mais do que o engajamento em negociações coletivas de boas intenções, a Vale está exigindo concessões enormes de seus empregados canadenses nas províncias de Ontário e Newfoundland-Labrador. Empregados das comunidades de Sudbury e Port Colborne, de Ontário, têm estado em greve desde de 13 de julho de 2009, enquanto seus semelhantes na Baía de Voisey, Newfoundland-Labrador. têm estado nos piquetes desde de 1 de agosto do ano passado.
Na legislatura de Ontário, uma proposta privada de um membro, para sancionar a legislação anti-fura-greves na província passou pela primeira leitura em 29 de abril. A proposta, apresentada pelo partido da oposição Novo Partido Democrático, ainda deve passar por uma segunda e uma terceira leitura antes de se tornar lei. Se aprovada, a legislação vai acionar a agenda de ruptura da greve da Vale pelo recrutamento de fura-greves.
Esta semana a Vale se verá diante do Comitê de Relações de Ontário -- um tribunal do governo da província -- para se defender das acusações de negociações de má-fé, registradas pela United Steelworkers. A Vale é acusada de violar seus dever legal de negociar de boa fé, ao recusar-se, por vários meses, a negociar legitimamente com o sindicato.
Também em Ontário, o governo municipal da cidade da grande Sudbury condenou a Vale pelo uso de fura-greves e por sua recusa em negociar de boa fé. A Vale também foi acusada pela violação dos regulamentos municipais ao abrigar fura-greves em acomodações não-residenciais não aprovadas.
Conselheiros municipais votaram unanimemente em 28 de abril pela exigência de que a Vale retorne à mesa para negociar um acordo justo. Os conselheiros também apelaram ao governo de Ontário para agir rapidamente quanto à sanção da legislação anti-fura-greve.
A Vale Inco tem uma "responsabilidade de mostrar liderança e boa intenção e fazer todo esforço razoável para encerrar a greve", declararam os conselheiros em sua resolução unânime. Os conselheiros duramente criticaram a Vale por provocar a greve de maior duração nas minas Inco e por prolongar a greve, por sua decisão sem precedentes de operar com fura-greves. Para somar insulto à injúria, a Vale "brada diariamente que está elevando a produção" com o uso do trabalho de fura-greves, protestaram os conselheiros.
Em nível federal, uma maioria de políticos do parlamento canadense aprovou uma resolução que clama por uma legislação mais forte para prevenir aquisições de corporações estrangeiras que não beneficiem trabalhadores canadenses e comunidades.
De acordo com a lei canadense, aquisições estrangeiras, tais como a compra da Vale, em 2006, da Inco Ltd., estão supostas a promoverem um "benefício líquido" para os canadenses e economia doméstica. Mas o governo conservador do Canadá falhou no reforço da lei, permitindo que a compra da Inco pela Vale, como também tantas outras aquisições, que resultaram em massivas perdas de emprego, redução da produção industrial e danos significativos para as comunidades canadenses.
A recém-aprovada resolução foi patrocinada pela oposição dos Novos Democratas, que repetidamente repreendeu a Vale por seu recrutamento de fura-greves, e sua recusa em negociar a bom termo com seus trabalhadores canadenses.
Contato: Wayne Fraser, United Steelworkers District 6 Director, 416-577-4045
FONTE United Steelworkers (USW04/05/2010)
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